sábado, 25 de fevereiro de 2006

  Filme: A Marcha dos Pingüins

Fui ao cinema assistir "A Marcha dos Pingüins" (La Marche de L'Empereur — o título francês é bem mais interessante) com apenas dois pressupostos básicos: tratava-se de um (1) documentário francês, no qual os (2) pingüins tinham fala. (Aos desavisados — apesar do título, não é um desenho animado da Disney!)
Em menos de 30 segundos de transmissão percebi também o porquê de o filme ser dublado em português — o Brasil só detém a tecnologia para fazer legendas cinematográficas na cor branca. Em um filme com cenário basicamente branco (neve por todos os lados), a conclusão óbvia a que se pode chegar é de que não haveria contraste suficiente das letras com o fundo. É o mesmo motivo pelo qual "A Era do Gelo" também só foi distribuído nos cinemas em cópias dubladas. Na exibição em televisão não há esse problema, pois as legendas podem ser (e geralmente são) na cor amarela. Mas, de qualquer maneira, seja em francês, inglês ou português, nada remove o fato inusitado de os pingüins falarem.
Quanto aos demais fatos do filme:

Pontos positivos:
É um ótimo indutor de sono.
Chama a atenção a incrível capacidade do cineasta Luc Jacquet em transformar uma rotina chata e monótona (a reprodução dos pingüins!! quer troço mais tedioso que isso?) em algo meigo e divertido.
A trilha sonora é curiosamente interessante — embora quase não dê para ler as legendas das músicas em fundo branco.
A proximidade com que a câmera consegue mostrar os pingüins, ao mesmo tempo que garante um bom nível de empatia (impossível não sentir pena quando um pingüim escorrega!), também causa espanto.

Pontos negativos:
Dentre as falas dos pingüinzinhos, faltou um "mamãe, eu te amo" :P
Só dava para entender o início e o fim das falas infantis (o meio era a mais completa incógnita).
A idéia de simular a passagem do tempo com a repetição da mesma fala pelo macho e pela fêmea é tosca ao extremo.
Como em "Oliver Twist", havia também um sol de photoshop.
A água era exageradamente azul, e a neve, exageradamente branca.
O filme é dublado.
Os pingüins são dublados.
A antropomorfização é levada a índices desnecessários.
Nunca torci tanto para um pingüim chegar logo ao mar!

Não tenho nada contra o gênero documentário (muito menos algo contra os pingüins!), mas, convenhamos, daria bem para terem condensado as cenas em cerca de digeríveis 15 minutos (no total, o filme tem 85). Aí sim ninguém dormiria no cinema! :)

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  Sigilo em bate-papo

É bom tomar cuidado com o que se diz online. Em uma decisão inédita, o STJ julgou legal a quebra de sigilo em salas de bate-papo. O menor P. R. de A. teve seu pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça com base no fato de que o ambiente virtual é de acesso irrestrito e destinado a conversas informais. Com isso, as informações obtidas pela Interpol a partir de bate-papos na internet puderam ser utilizadas como prova no processo contra o rapaz. A decisão abre precedentes para uma discussão sobre a falta de uma legislação específica para o assunto (-- os crimes praticados na esfera virtual). Até quando os magistrados terão de se valer de pobres analogias para resolver os casos que envolvam a utilização do ciberespaço?

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

  Três livros

Ponto de Impacto - Dan Brown

O livro é muito superficial, a história é completamente fragmentada (138 capítulos em pouco mais de 400 páginas!!), as personagens são estereotipadas, e o autor recorre a inúmeros clichês para reforçar seus pressupostos. Apesar de tudo, é um excelente romance para se ler em momentos de descontração e tédio (basta não levá-lo a sério!).
A trama gira em torno de uma incrível descoberta da NASA, e envolve diversos renomados cientistas (fictícios) que precisam arriscar a vida em nome da ciência. Muitos deles acabarão morrendo ao longo do livro -- mas, como em todo livro de Dan Brown (generalizar é sempre uma coisa perigosa; considere que minhas conclusões advêm apenas desta leitura e da do incriativo 'O Código da Vinci') o casal de personagens principais saem ilesos da perseguição, e, ainda por cima, terminam juntos no final (algo totalmente previsível, desde a primeira menção dos dois nomes em um mesmo parágrafo, logo no começo do livro).
A história envolve a corrida pela sucessão à presidência da república (norte-americana, é claro), uma crise política sem precedentes na agência espacial, e neve, muita neve. Teria potencial para ter um desfecho completamente diferente. No entanto, o autor preferiu terminar o livro de forma simples, previsível e sem graça.


O Nome da Rosa - Umberto Eco

Confesso que subestimei durante muito tempo o "poder das palavras" deste livro. Demorei para conseguir encará-lo de início ao fim, e apenas me arrependo de não tê-lo lido antes. Apesar de um resumo do livro ser capaz de afugentar a maior parte dos leitores em potencial (a história se passa numa abadia do século XIV, mais precisamente na biblioteca da mesma, e envolve a quebra da rotina dos monges por conta de alguns assassinatos misteriosos), a trama tem um aspecto policial e investigativo, que envolve o leitor do início ao fim. O desejo de saber quem é (ou o que é) responsável pelos assassinatos faz com que até seja interessante o efeito provocado pelas descrições pormenorizadas dos cenários e ações. É como se todo aquele detalhamento se fizesse necessário para afastar o início do livro de seu final, para tornar o desfecho ainda mais aguardado, e, finalmente, para transformar a história em algo especial. Além disso, o autor consegue incluir alguns preceitos básicos de sua teoria de semiótica em algumas passagens do livro (um subterfúgio muito interessante, que contribui bastante para enriquecer a história), e cita inúmeros autores contemporâneos aos personagens do livro como argumento de autoridade (o resultado é um efeito interessante, pois embora o leitor saiba tratar-se de uma ficção, a história se torna um tanto mais verossímil). A única coisa que deixa a desejar é o excesso de citações em latim, sem tradução. Mas com o tempo a gente já não se sente tão mais culpado em ter de saltá-las, ou então em lê-las sem nada compreender. (Ainda mais após ter lido "Seis Passeios pelos Bosques da Ficção", do mesmo autor, no qual ele diz que inserir partes "puláveis" na história faz parte da técnica dos grandes autores.)
Um bom livro, afinal.


Quando Nietzsche Chorou - Irvin D. Yalom

O livro é um desses romances psicológicos exageradamente intimistas, mas que tem o diferencial de desenrolar longos diálogos fictícios com personagens verdadeiros. O personagem principal é Nietzsche (sim, o filósofo) que se vê envolto em problemas de natureza física e psicológica, e, por insistência dos amigos (sem saber que se trata de um plano proposto por uma pessoa em específico) vai à procura de (mais) um médico para tratar-lhe as enxaquecas. Seu médico é Dr. Josef Breuer, mentor e amigo de Freud, que conta com a ajuda deste (ainda com vinte e poucos anos e começando a formular suas primeiras hipóteses e teorias acerca da psique) para desvendar os mistérios de como penetrar na mente do reservado e frio 'Fritz'. Entretanto, o que acontece é uma verdadeira inversão de papéis entre médico e paciente, pois de tanto Nietzsche esquivar-se de ajuda e cura, é Dr. Breuer quem acaba se beneficiando por aconselhamentos filosóficos.
Um fato interessante é o misterioso caso dos personagens que simplesmente "trocam" de nome. Talvez por um erro de tradução ou de atenção (afinal, tratava-se apenas da 19ª edição do livro!), havia vezes em que Rachel virava Raquel, e que Bertha aparecia como Berta. E não, não enlouqueci - a confusão ocorre mais de uma vez. Okay, é apenas um dos pequenos deslizes da mais-que-bizarra tradução. Somente um leitor bem atento será capaz de perceber. Mas, mesmo assim, isso não é capaz de mudar a realidade do livro: ele é, com ou sem erros, morno, muito morno. Nem quente nem frio. Nem bom nem ruim. Apenas 'médio'.


Se eu tivesse que colocar os livros acima em uma ordem de preferência, em primeiro viria O Nome da Rosa, seguido de Quando Nietzsche Chorou, e, por último, Ponto de Impacto. Mas ainda bem que ninguém me pediu para elaborar tal lista ;)

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  Internet discada

Como uma das mais felizes remanescentes da era da conexão dial up (note-se a hora-padrão dos meus posts; quase sempre pós 00h ou em fins de semana) fiquei até contente em ler esta notícia. O governo está pensando em propor uma assinatura mensal fixa para acesso ilimitado à internet. Ou então em alargar a faixa de horário mais barato. Qualquer uma das opções é bastante vantajosa, e contribuiria -- bastante -- para a popularização da web :D
(Okay, mas quanto tempo mesmo leva até uma prosposta ministerial virar lei?)




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

  E termina o horário de verão...

Todo ano fico meio de cara com a chegada do horário de verão, pois o governo simplesmente nos toma 1 hora de nossas vidas com a promessa de economizar energia, mas não sem antes comprometer-se a restituí-la dentro de algum tempo. O chato é que a gente demora um tempão para recuperar nossa hora preciosa, e, ao menos no meu caso, fica fantasiando o que fazer quando ela (tão-aguardada, tão-esperada) enfim chegar.
O mais bizarro disso tudo é que o horário não necessariamente coincide com os meses de verão, ou algo do tipo. Neste ano, o "horário de verão" começou dia 16 de outubro de 2005 e terminou na meia-noite do dia 18 de fevereiro deste ano. O horário simplesmente termina e começa no meio do nada, conforme as conveniências políticas (dizem que é por questões de economia... dizem -- então por que não adotar um "horário de todas as estações", que adiante as horas o tempo todo e reduza o consumo de energia ad eternum? :P).
Mas enfim, a grande questão é que recebi minha hora de volta uma semana antes da data combinada, inadvertidamente, a bordo de um Fokker 100 da TAM*, e garanto que não foi nada confortável (aquele aviãzinho sacode muito!!). O fato é que nem tive muito tempo para pensar no que fazer na suposta "hora extra", pois só fui descobrir que tinha ganhado (ou perdido) de volta a minha hora tomada em outubro do ano passado quando, já em terra firme, mais precisamente em um lugar não coberto pelo horário de verão (absurdo! Tantos brasis dentro de um só Brasil!), foi-nos alertado de que era necessário atrasar os relógios em uma hora. Foi mais como se a viagem tivesse durado duas horas ao invés de três: nada de duas meias noites, nada de uma sensação ilusória de se ter vivido uma hora a mais.
Mas tudo bem. O bom foi que o horário de verão serviu, de fato, para economizar alguma coisa. No Rio Grande do Sul, a economia de energia foi de 6,3%. No geral, o governo conseguiu atingir a meta de poupar 5% da eletricidade consumida (parece pouco, mas, em termos de "Jornal Nacional", é o suficiente para abastecer uma cidade com 4,5 milhões de habitantes no horário de pico). Já em termos financeiros, a economia chegou a 1,1 milhões de dólares.

* Isso tudo me fez lembrar de uma velha piadinha — sazonal e sem graça —, lá da época (outubro de 1996) em que um avião da TAM (um Fokker 100, obviamente) caiu logo após a decolagem em S. Paulo:
Qual a diferença entre o avião que caiu, um louco e o Senna?
A resposta: O avião que caiu era da TAM. O louco é tantã. E o Senna é "tã tã tã"...
Ah, sei lá, a piada fica bem mais interessante quando contada ao vivo, por conta da sonoridade das palavras e da musiquinha :P




domingo, 12 de fevereiro de 2006

  Blog em férias

Decidi seguir a dica do Dilbert e tentar construir uma máquina que me leve 7 dias para o futuro em uma semana.

(Ou seja, [vou] viajar e volto em 7 dias :P)




sábado, 11 de fevereiro de 2006

  Nepotismo

O Conselho Nacional de Justiça, cuja criação fora determinada pela Emenda Constitucional n° 45, de 30/12/2004, está causando alvoroço na Justiça do país. O órgão, criado em junho do ano passado para exercer o controle externo do Poder Judiciário, tem conquistado espaço na mídia e nos Tribunais por conta de uma resolução, publicada em novembro do ano passado, que concede o prazo de três meses para que todas as instâncias judiciárias do país demitam parentes que ocupem cargos em confiança de juízes e desembargadores.
A prática de "nepotismo" (ou seja, a contratação de parentes para ocupar cargos subordinados, ou "palavra de origem latina que significa favorito do papa, mas que virou sinônimo de favoritismo no funcionalismo público", na definição do Google/Wikipedia) remonta desde a Antigüidade. A diferença é que, na acepção moderna, a palavra adquiriu um certo cunho político e um certo sentido negativo, pois geralmente os parentes conquistam empregos públicos, na modalidade de cargos em confiança, muitas vezes sem nenhum critério ou experiência). E é para acabar com isso que a Resolução nº 07 do CNJ apareceu. A partir da data limite estabelecida (em 14 de fevereiro completar-se-á o prazo estipulado) todo ato de contratação de parentes até terceiro grau será considerado nulo, e qualquer cidadão poderá denunciar ao CNJ os casos de nepotismo detectados.
A medida tem gerado muita revolta, principalmente por parte daqueles que se beneficiam atualmente pela prática de nepotismo (por quem mais seria?). Vários contratados nesse sistema têm recorrido a órgãos superiores de Justiça para evitar a demissão. Alguns chegam a alegar direitos inexistentes e supostas proteções absurdas. Houve até quem apelasse para o fato de que a resolução, em seu art. 2º, inciso I, quando define o que sejam práticas de nepotismo ("o exercício de cargo de provimento em comissão ou de função gratificada (...) por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive"), está a legislar sobre Direito Civil, pois cria sua própria definição de parente -- e isso estaria fora da área de competência do Conselho, o que tornaria a medida inconstitucional (!).
Injusta ou não, a medida é válida. Pode ser que alguns funcionários até tenham competência e mereçam ocupar cargos em confiança. Mas então, se são realmente bons, por que não fazem concurso público, como todo mortal que não tenha parentes no Judiciário? ('Generalizar é sempre uma coisa perigosa'; mas, neste caso, é preciso generalizar, para que a justiça seja feita na Justiça brasileira...)

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  Fato bizarro

Manchete de capa do Jornal Minuano deste fim de semana (11 e 12 de fevereiro):

Polícia
Ladrões levam seis anões de jardim, a Branca de Neve, mas deixam o Zangado


Só podia ter saído em um jornal de Bagé... :P




  Questões ministeriais

Que confusão! Adia a decisão, des-adia... Tem mais é que decidir logo o padrão de TV Digital a ser adotado no Brasil! :P
Enquanto isso (falando em eficiência...), nosso Ministro da Cultura, cantor e compositor (versátil, não?) Gilberto Gil faturou mais um Grammy, desta vez pelo álbum Eletracústico, na categoria World Music (em 1999, Gilberto Gil conquistou o mesmo prêmio, pelo álbum Quanta live). Ninguém melhor para representar a Cultura Brasileira que o próprio Ministro da Cultura...




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

  O Nome da Rosa

"No princípio era o Verbo e o Verbo estava junto a Deus, e o Verbo era Deus." Já perdi a conta do número de vezes que li essa frase, a primeira do livro "O Nome da Rosa", de Umberto Eco. Mas desta vez acho que vou até o final!... Decidi dar mais uma chance ao livro após ser acometida por uma crise de tédio sem precedentes (e sem motivo aparente, também, pois embora eu esteja no final das férias, meus dias não poderiam estar mais repletos de afazeres os mais diversos -- paradoxo existencial?).
O que tinha me mantido afastada do livro (e que me impedia de ir adiante) era o fato de a história (parecer) ser (extremamente) tediosa (a vida em um monastério no século XIV? uhhh que empolgante!!). Mas foi só atravessar o limiar da página 30 (maldita página 30!) que tudo pareceu subitamente mudar de figura. Nas páginas, Eco não disfarça em nenhum instante que é um grande teórico da Comunicação que também se dedica à área da Semiótica (como quando, escancaradamente, o frade Guilherme de Baskerville fala: "Isto é o que não sei. Mas não esqueçamos que também há signos que parecem como tais e no entanto são privados de sentido, como blitiri ou bu-ba-baff..."), o que torna o livro ainda mais legal :)
Enfim, o livro parece ser bem legal (que a "eu" de dois anos atrás nunca fique sabendo que um dia eu disse isso!), e a história gira em torno do mistério de vários assassinatos no monastério. É como se fosse um CSI medieval às avessas, para se ler a qualquer hora do dia, qualquer dia que se queira e em qualquer lugar.

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  Camiseta de blog

A dica é da Zero Hora de hoje (ontem): no site SnapShirts é possível criar uma camiseta estampada com as palavras mais freqüentemente utilizadas em seu blog. Mesmo quem não tem dinheiro sobrando para jogar para o alto (vestir seu próprio blog sai por 18 dólares) vale a pena entrar no site para simular como ficaria a camiseta personalizada :)
A minha ficaria assim:

(o tamanho das palavras é proporcional à freqüência das mesmas no blog)

--

Ah, e o mesmo jornal também fala da "fusão" dos serviços do Google Talk com o Gmail. Ainda não entendi qual a relevância prática de tal integração (além de ter contribuído para que o Gmail fique ainda mais lento) -- mas isso deve ser porque em todas as vezes que entrei no meu e-mail não havia ninguém online para testar a função :P (a propósito, existe alguém no mundo que use o Google Talk ao invés do MSN?). Talvez assim a ferramenta de comunicação do Google consiga, finalmente, adquirir um pouquinho de fama :)




terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

  E-mail pago

Não é porque para enviar mensagem de celular ou falar ao telefone seja preciso pagar que a gente deixa de se comunicar. Até que não é tão ruim a idéia de cobrar pelo envio de mensagens por e-mail :)




domingo, 5 de fevereiro de 2006

  Você vai pular também?

20 de julho de 2006 será o World Jump Day. A data escolhida é a mesma em que, 37 anos antes (20/07/1969), o astronauta norte-americano Neil Armstrong deu o primeiro pulo na Lua. A idéia é todo mundo (ou ao menos 10% da população da Terra) pular ao mesmo tempo em uma superfície sólida, com o intuito de mudar a órbita da Terra.

"Scientific research has proven that this change of planetary positioning would very likely stop global warming, extend daytime hours and create a more homogenous climate."


O site do evento ainda se propõe a enviar aos participantes um e-mail de lembrete um dia antes do grande pulo.
Ah, fala sério! :P




  Filme: Oliver Twist

Já faz bem mais de uma semana que fui assistir à versão mais recente de Oliver Twist no cinema. Mas vale a pena falar dele! O filme de 2005, uma versão de Roman Polanski para o drama do menino órfão criado pelo escritor Charles Dickens no século XIX, é considerado por alguns o melhor dos Oliver Twist criados até agora — e isso é relevante, principalmente se considerarmos que a versão Oliver!, um musical de 1968, faturou até um Oscar!
Oliver, brilhantemente interpretado pelo ator-mirim Barney Clark, vive numa workhouse (espécie de asilos para pobres da Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde as pessoas tinham de trabalhar em troca de abrigo e comida) e é expulso de lá após cometer a heresia de pedir mais comida (com o clássico bordão "Please, sir, I want some more."). O menino é então vendido a um fabricante de caixões, mas foge de lá após se meter em uma briga com os moradores da casa. Ele sai com a pretensão básica de chegar a Londres, à pé. E olha que a distância a ser percorrida era de mais de 100km! Quando finalmente chega a seu destino final (!), bastante fraco e com fome, Oliver conhece um ladrãozinho astuto, de nome Dodger (a tradução do nome é tosca, mas curiosa -- Ardiloso), que oferece a ele comida (obviamente roubada) e abrigo — e então Ardiloso acompanha Oliver até a casa de Fagin (Ben Kingsley), um macabro senhor de ladrões e prostitutas. A partir daí, a inocência de Oliver vai gerar muitas risadas, e quando ele finalmente percebe para quem está trabalhando, já é tarde demais para escapar.
A história é legal, o personagem-título é cativante, os cenários do filme são muito bem feitos (dá até para se imaginar andando na Inglaterra dos séculos passados), a fotografia é bem interessante (embora bastante similar à de outros filmes de Polanski)... mas o que estraga mesmo é aquela abertura tediosa (longa, parada, monótona), e uma cena da fuga a pé de Oliver em que aparece um lindo sol, grande, amarelo, raiado, brilhante, redondo..., enfim, bem mais falso que um sol de Photoshop! :P
Apesar de terem cortado muitas partes bem legais do livro (é nisso que dá ter lido o livro bem pouco tempo antes de assistir ao filme; além de já saber tudo o que vai acontecer, tem-se ainda um arsenal de reclamações a se fazer), o filme é muito bom :)
E quase que nos enxotaram do cinema por dar risadas em volume elevado (principalmente do sol de Photoshop). Que mal tem em alguém se divertir com um bom filme?

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sábado, 4 de fevereiro de 2006

  O respeito às religiões e a liberdade de expressão

Interessante o conflito gerado entre liberdade de expressão e fundamentalismo religioso por conta da publicação de charges do profeta Maomé em diversos jornais europeus.

"O Islã não permite representações de Muhammad, mesmo que seja uma imagem respeitosa, pois considerar que pode levar à idolatria." (Folha Online, 29/01/06)


As charges foram publicadas inicialmente em setembro do ano passado, no jornal dinamarquês Jyllands-Posten. Mas o que gerou toda a polêmica foi a reprodução das mesmas por outros jornais europeus, primeiramente por um polonês. Mesmo assim, estranha o fato de que algo aparentemente tão simples tenha conquistado tanto espaço na mídia e gerado tantos protestos no Oriente. Se é para condenar as caricaturas do profeta... o que dirão os muçulmanos de possíveis caricaturas da figura de deus? Ah, fala sério! (E, aliás, por que toda essa necessidade de dividir o mundo entre orientais e ocidentais? Não somos todos, por mais estranho que possa parecer, e por mais díspares que sejamos, habitantes de um mesmo mundo? :P)
Embora eu seja contra a liberdade de expressão total (se é que ela é possível...; nem tudo pode ser dito), acredito que ela deva ser cultivada nas democracias, sob risco de se cair em tirania. Os meios de comunicação devem ser supostamente livres para que se prestem informações supostamente independentes. Mas, convenhamos, para que publicar charges logo sob esse tema? O jornal dinamarquês foi um pouquinho longe demais. A caricatura que associava o profeta islâmico ao terrorismo (com uma bomba saindo do turbante em sua cabeça) era de muito mau gosto. Mas é liberdade de expressão, mesmo assim... Quem dera os muçulmanos se mobilizassem de tal modo para combater certos exageros cometidos por certos fundamentalistas que praticam atos de terrorismo...
Okay, foi cruel o que fizeram, não deveria ter sido feito (ao menos não do jeito que foi feito), deviam ter respeitado as religiões, mas... NADA justifica a violência. Os manifestantes revoltados incendiaram hoje embaixadas de países europeus em Damasco, na Síria. E os mais revoltados começaram também um boicote a produtos dinamarqueses.
Os dois estão errados: países europeus por difamarem a cultura muçulmana, e muçulmanos por reagirem de forma violenta (e infantil). Mas não é nada que um pedido de desculpas formal (de ambas as partes) não possa resolver. O jornal dinamarquês já deu o primeiro passo:

"In our opinion, the 12 drawings were sober. They were not intended to be offensive, nor were they at variance with Danish law, but they have indisputably offended many Muslims for which we apologize."(Open letter to Fellow Muslim citizens, 30/01/06)


Enfim, não leva a nada ficar dividindo o mundo entre aqueles que apoiam o ato e os que condenam.
Talvez a liberdade de expressão seja melhor efetivada se forem respeitados certos limites...

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

  Tudo via Internet

Uma prova de que o Direito e a Comunicação Social andam juntos:
Os Ministérios das Comunicações e da Justiça, e o Superior Tribunal de Justiça assinaram hoje (ou ontem -- dependendo da concepção de 'dia' que se adote) um acordo para a criação de um serviço que possibilite que as pessoas possam propor ações judiciais pela Internet.
A iniciativa será lançada pelo Gesac (Serviço de Atendimento ao Cidadão, não sei se confio na tradução encontrada para essa sigla), um programa de inclusão digital do Ministério das Comunicações. Também faz parte do projeto disponibilizar computadores com acesso à Internet a uma maior parte da população brasileira.
Arrã. A proposta vem do mesmo Ministério que ainda não se decidiu quanto a que padrão de TV Digital adotar no Brasil... (imagina como seria se eles tivessem que criar um padrão próprio!)
Computador ao alcance de todos, Justiça via Internet, TV Digital... É só eu, ou alguém mais acha isso tudo utópico demais para se concretizar nos próximos meses (ou até mesmo anos?)?
Enfim... em ano eleitoral, tudo é possível! :P

"An optimist thinks that this is the best possible world. A pessimist fears that this is true."

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