sábado, 16 de dezembro de 2006

  Balanço do semestre que passou

Duas faculdades, dois estágios. Sobrevivi, quase ilesa (pequenos ferimentos incluem um 5,8 em DIP e um 6,9 em Administrativo – a média é 7,0). Mas sei lá, não sei até que ponto vale a pena manter meus dias extremamente ocupados, sem sobrar tempo para nada – nem mesmo para pensar.
Foi nisso que pensei esta semana ao assinar o termo de encerramento de estágio voluntário. O pessoal todo ficou dizendo que se eu quiser voltar no ano que vem serei muito bem-vinda e tal. Mas, será que vale a pena? Até porque já decidi que não pretendo seguir carreira no Direito, e fazer um estágio jurídico, ao menos em tese, seria uma total perda de tempo – ou também posso encarar o estágio como a minha única chance de experienciar a prática jurídica :P (hipótese absurda, mas plausível).
O estágio teve de ser encerrado porque a Justiça não prevê férias para os estagiários voluntários. Então quer dizer que, além de trabalhar de graça e realizar tarefas repetitivas e monótonas, em tese a gente teria que trabalhar também o ano todo? Isso é quase trabalho escravo! É para essas e outras que um Sindicato dos Estagiários da Justiça seria necessário.
Outra coisa que pesou bastante nas notas foram as viagens. O 5,8 em DIP, por exemplo, foi referente a uma prova que fiz na semana seguinte ao Intercom. Se bem que a nota não quer dizer absolutamente nada. Acho que aprendi bem mais sobre diplomacia passeando de carro pelas embaixadas em Brasília do que fazendo uma prova idiotizante sobre o assunto (coincidentemente, a prova em questão era sobre o direito de legação, e as diferenças entre embaixadas e consulados...). Enfim, a nota não serve para nada. Ela decorre da sociedade capitalista, que nos impõe a exigência de quantificar tudo, até mesmo índices de aprendizagem, desconsiderando as diferenças individuais, e o fato de que uns apre(e)nderão determinados assuntos mais do que outros, ao passo que outros terão maior facilidade para adquirir outros conhecimentos. É impossível saber tudo.
Mesmo que o estágio tenha sido por vezes bastante burocrático-alienante, valeu a pena no sentido de que aprendi bastante, bem mais do que aprenderia numa disciplina eminentemente teórica e expositiva (praticamente todas as cadeiras do Direitos são assim, infelizmente). Entrei lá sem ter a mínima noção do que era um processo, e, embora continue sem saber muita coisa, ao menos sei bem mais do que (não) sabia antes - o suficiente para ler O Processo, de Kafka, e me solidarizar com a causa de Joseph K. Além do mais, o trabalho burocrático é interessante no sentido de que ele se esgota em si mesmo. Não é preciso levar preocupações para casa, não há tarefas extras. Tem-se aquilo ali para fazer, e pronto. Ao terminar, não resta mais nada. :P
Semestre que vem, continuarei ao menos no outro estágio, que também é no Direito, mas na própria faculdade. O outro estágio é tão menos alienante que tem até lista de leitura para as férias (e tem férias!). E pretendo continuar também com pesquisa em comunicação, porque acho que é isso que realmente quero fazer depois de formada. Espero que sobre tempo, ao menos para leituras :)

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Comentários:

Blogger Gilberto Consoni disse:
Ahh, lembra que no passeio pelas embaixadas também teve a possibilidade de passar pelo território de diversos países em menos de uma hora :P
 
Anonymous Anônimo disse:
\o/
E a foto da foto que a Gabi tava tirando.... graças a ela eu não tenho uma foto da embaixada da Rússia.. :\
iahiahua
Pelo amenos já estive na rússia...
e na inglaterra...
e na coréia...
e na alemanha...
e na frança...
e na itália...
e na...
 
Blogger Claris disse:
Adirei o quarto parágrafo! Deu várias risadas com a sua descrição da nossa realidade! =p

Mas no fundo no fundo, às vezes acho extremamente válido tudo que faço e às vezes acho nada. Dá pra entender?

Facul e estágio de 8 horas=tempo nenhum pra todas as minhas leituras adjacentes e trabalhos científicos que gostaria de fazer!

Beijão!
 


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