domingo, 27 de maio de 2007

  Eu sei digitar um texto no Word

Não consigo entender como as provas para ingressar no serviço público costumam ser tão idiotizantes. Hoje, lá em Porto Alegre, teve a segunda fase do concurso para o TRF4, nível médio. A prova consistia-se em pagar a passagem de ida, viajar até Porto Alegre, esperar por pelo menos 4 horas na porta do local de prova, entrar, ficar meia hora em uma fila com um monte de gente cujo nome começa com a mesma letra que o seu, pressionar a digital em um papel, assinar uma folha com o seu próprio nome, ser levado até uma sala com computadores, passar um texto de uma folha impressa para o Word em um tempo total máximo de 6 minutos, imprimir, sair da sala, esperar outras 2 horas, entrar no ônibus para voltar, e chegar em Pelotas depois de ter perdido pelo menos 12 horas de sua vida. E ainda ter que agüentar o pessoal na porta da prova fazendo comentários do tipo “meu texto era difícil, tinha até aspas!”, ao que o interlocutor respondia “e o meu, então, com reticências!!!”.
Sinceramente, não entendo qual a dificuldade disso. A prova de digitação não altera a classificação – serve apenas para comprovar que a pessoa está, ahm, apta a digitar textos (já que isso faz parte das funções de um técnico do judiciário). Já que era no próprio Word, por que a prova não poderia ter sido realizada em Pelotas? Talvez eu esteja no mundo errado, no planeta errado, na galáxia errada, no universo errado, mas, enfim, simplesmente não entendo por que fiz essa prova. Não pretendo ingressar no serviço público – trabalho criativo é bem mais interessante.
De qualquer modo, as doze horas perdidas não foram totalmente em vão. Ao menos pude aproveitar boa parte da manhã de domingo para conhecer e catalogar alguns dos tipos bizarros que circulam pela Redenção, como um cara sem uma perna que dizia que, se tivesse as duas pernas, não estaria andando pela Redenção (!). Ou uma senhora que caminhava escutando música e cantando em alto e desafinado som as canções que ouvia. Teve até um mendigo que disse aceitar pagamento de esmola em cartão de crédito...

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Comentários:

Anonymous Anônimo disse:
O funcionalismo é esperança de muita gente; êta Estado bão! Aqui era o serviço postal; empreguinho de fazer nada. temos que acumular sei lá quantos créditos de trabalho para o direito à aposentadoria.

Não fizeram a prova em Pelotas porque queriam fazê-la inteira, ha-ha. Levei dias para entender essa piada gaúcha.

[] ***
 
Blogger w1zard disse:
nao sei o que foi pior.. a tina ter feito tal piada ou eu ter entendido.

whatever.. prepare-se para a terrível terceira fase do concurso. provávelmente será algo como "enviar um e-mail". isso sim vai ser desafiador.
 
Anonymous Anônimo disse:
"...simplesmente não entendo por que fiz essa prova. Não pretendo ingressar no serviço público – trabalho criativo é bem mais interessante."

Não entendi essa parte também, hehe...
 
Blogger Gabriela Zago disse:
Não sei se é relevante dar uma explicação, mas... é mais ou menos assim:
Eu fazia estágio voluntário na justiça federal quando abriu o edital para esse concurso. Daí, vejamos... trabalhar de graça, de um lado, versus receber mais de 2 mil reais por mês para fazer o mesmo. Aí me inscrevi no concurso, fiz as provas teóricas... e nesse fim de semana teve a prova feliz de digitação. Só que nesse meio tempo (já se passaram pelo menos 6 meses) perdi totalmente a vontade de trabalhar no serviço público. É um trabalho burocrático, alienante, repetitivo e que não faz crescer em nada. Talvez eu prefira não ganhar dinheiro e passar a vida toda escrevendo em um blog, ou algo parecido :P
 


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