domingo, 4 de março de 2007

  A máquina dos concursos públicos

A indústria dos concursos públicos é um setor que movimenta grandes somas de dinheiro a cada ano. Milhares de pessoas tentam a “sorte” em provas para as quais muitas vezes se fornece uma ou no máximo duas vagas sob a promessa de salário bom aliada à estabilidade do serviço público.

Essa máquina vende a ilusão de um emprego estável a 116 reais (preço da inscrição mais a apostila – sim, eu paguei pelos dois). Há também quem invista em cursos preparatórios para concursos (okay, confesso que fiz quatro aulas de lógica). O resultado é um investimento pesado para algo que no fundo não passa de uma verdadeira loteria (além de precisar saber tudo de tudo para passar, é preciso ter a sorte de estar diante das perguntas certas).

Fiz a prova para o TRF 4ª região hoje. Há uma vaga para técnico-administrativo para Pelotas. De cada 5 pessoas que transitavam pelos corredores do local de prova, 4 eram de rostos familiares provenientes da faculdade de Direito (colegas, conhecidos, amigos de bar). Ou seja, as chances de passar são mínimas.

Pelos meus cálculos, acertei pouco mais de 20 questões de conhecimentos específicos (de um total de 30 questões divididas entre português e matemática) e bem menos de 20 questões de conhecimentos gerais (de um total de 30 questões sobre noções básicas de legislação constitucional, administrativa, processual penal e processual cível). Errei boa parte das questões de português porque não consegui entender um dos textos da prova. Em compensação, a prova de matemática aparentava ser ridiculamente fácil. Apesar de tudo, o resultado não foi tão ruim. Eu não pretendia passar. Na verdade, não sei o que eu pretendia quando me inscrevi para o concurso. Fiz a inscrição em uma época em que fazia estágio voluntário na Justiça Federal. Ora, poder receber mais de 2 mil reais por mês para fazer o que eu fazia de graça era praticamente uma visão do paraíso. Mas trabalhar na área técnico-administrativa de uma repartição pública vai contra todos os meus objetivos de vida (terminar as faculdades, e continuar na vida acadêmica ad infinitum). Espero não precisar fazer concursos públicos para me dar bem na vida. Fazer concursos faz parte do meu plano D de vida.

Na dúvida, amanhã sai o gabarito. Em abril, sai o resultado final. Por um equívoco na hora da inscrição, meu nome vai acabar saindo na lista de classificação geral. Isso não é nada divertido. Em 2004, fiz o concurso para Oficial Escrevente. Até hoje a minha classificação nada digna pode ser consultada nas páginas do Google (algo como 8,9 mil, ou 9 mil e alguma coisa).

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Comentários:

Blogger Unknown disse:
"poder receber mais de 2 mil reais por mês para fazer o que eu fazia de graça era praticamente uma visão do paraíso" foi otimo!!! heuheeheeuhe vc ta certíssima :)

cada um com sua criação... meu pai mesmo acha q fazer concurso deveria ser o plano B 0.o
ate imagino a felicidade dele se eu fazesse um hehehehehe
 
Blogger Unknown disse:
*fizesse

:P
 
Anonymous Anônimo disse:
MInha amiga desembargadora começou como técnica de sei-lá-o-quê, mas já era formada em comunicação e depois se formou em direito.
 
Blogger Claris disse:
Nossa, que cruel... "ad infinitum" vai ser essa sua classificação sendo mostrada no Google, isso sim!
Senti o mesmo em relação à FUVEST no primeiro ano que tentei e não passei nem pra segunda fase. No segundo ano passei pra segunda fase mas não dela. Tudo aparece lá... que medo!rs

Mas qto aos concursos em si, acho que pouquíssima gente sonha em realmente ser um funcionário público por paixão (como essa nossa pela vida acadêmica)... daí dá no que vemos... enfim.

Beijos
 
Blogger Gilberto Consoni disse:
Bom, sabes bem o que já escrevi sobre concursos públicos e que concordo plenamente com tua crítica a essa indústria de concursos. O salário desse que fizesse até que é bom. Mas sinceramente, agüentar a monotonia da vida de funcionário público em que os seus colegas de serviço, geralmente, são pessoas que estudaram uma vida para simplesmente trabalhar como auxiliar administrativo federal não dá. Essa vida não é pra ti Gabi, sabes do teu potencial, e fico contente em saber que almejas ainda mais.

Agora, quanto a encontrares conhecidos na prova deve ser mais do que normal por estudares também Direito. Não entendo porque a maioria dos estudantes da lei, que poderiam contribuir muito mais à sociedade por conhecer tal lei, insiste em formar-se para fazer concurso público.

Enfim, ainda bem que fazes Jornalismo também :)

Bjos
 
Anonymous Anônimo disse:
Oi! Por isso a revolta contra os concursos públicos????

Minha 1st life anda tão atrapalhada que eu ainda não consegui criar um avatar para a 2dn :(

Não boto os pés lá enquanto não estiver bonititnha :)

iuaha

Bjs

PS.: Minha mãe realmente queria que eu prestasse um concurso público.... acho que sou a desgraça da família :\
 
Blogger Gabriela Zago disse:
Encerrei ontem a minha "carreira" nos concursos públicos. Só pretendo recorrer a eles novamente se os planos A, B e C de vida falharem. Aliás, o plano A já está falhando :T To pensando em investir no B para garantir :P

O resultado do concurso só sai em abril. Até lá... a curiosidade impera.
 


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