sábado, 20 de janeiro de 2007

  A arte de calcular o troco

Operações matemáticas simples qualquer um pode fazer. Desde a tenra infância nos ensinam a somar e a subtrair quantias simples, e, à medida que vamos assimilando essas operações mais simples, vão nos ensinando outras um tanto mais complexas. Mas, de uma maneira geral, todo mundo sabe, por exemplo, efetuar somas e subtrações com os números de 1 a 10, e, por simples analogia, não deve achar muito difícil multiplicar as dezenas exatas (visto que nada mais são que os números naturais pequenos até dez acompanhados de um zero ao lado).

A competência de somar e diminuir, embora pareça abstrata e sem sentido quando nos ensinam na escola, tem bastantes aplicações práticas na vida cotidiana. Usam-se operações básicas em inúmeras situações, que vão desde calcular a quantidade de comida para um determinado número de pessoas, até a capacidade para lidar com o dinheiro.

Saber manusear o dinheiro é particularmente importante. Somente sabendo como somar e diminuir, como acrescentar e retirar valor hipotética e abstratamente, é que se pode garantir que não sejamos enganados na hora de, ao pagar uma conta, receber o devido troco.

Se a conta é de R$7 e damos uma nota de R$10, o corolário lógico é esperar por três notas de R$1, ou uma nota de R$1 acompanhada de outra de R$2 como troco. Do mesmo modo, ao se pagar R$70 com uma nota de R$100, espera-se receber R$30 de troco. Nosso cérebro já está tão acostumado com esse tipo de cálculo simples que o faz automaticamente. Pagamos e recebemos o troco instintivamente. Ás vezes, quando estamos mais atentos, podemos perceber que o atendente, mais desatento que nós, errou na conta. Para mais ou para menos (se bem que quando erram para mais a gente geralmente não reclama... culpa do jeitinho brasileiro). Então, principalmente quando o troco é dado errado para menos, reclamamos, e, muitas vezes sem que tenhamos que insistir muito, o estabelecimento comercial acaba nos dando o valor que alegamos ser-nos devido por direito. Simples assim. Depois de tudo resolvido, podemos sair de lá nos vangloriando por dominarmos as quatro operações básicas.

Mas isso não foi o que uma consumidora gaúcha pensou recentemente ao pagar uma conta numa loja de utilidades domésticas no Rio Grande do Sul. Com o objetivo de facilitar o troco, ela usou uma nota de R$50, outra de R$5 e uma terceira de R$1 para pagar uma conta de R$25,53. A atendente do caixa, julgando ter recebido uma nota de R$20 ao invés de R$50, deu apenas algumas moedas como troco para a consumidora. Indignada, a moça exigiu o restante do dinheiro. Depois de alguma insistência, o gerente da loja pagou o que faltava, e o equilíbrio financeiro foi restabelecido.

Não satisfeita (e talvez achando-se esperta e superior por ter a reles capacidade de calcular o troco), a consumidora resolveu entrar na Justiça contra a loja, alegando danos morais. Pior para ela: em um julgamento talvez inédito, o Tribunal de Justiça gaúcho classificou como “mero dissabor” o fato de receber o troco incorreto em um estabelecimento, e, por isso, a consumidora não teria direito à indenização por dano moral, visto que, ao menos em tese, não houve dano algum.

Resultado: além de não receber indenização alguma, a indignada consumidora ainda teve que arcar sozinha com as custas de um pesado processo judicial (de valor bem superior aos R$30 reais que originalmente tinham-lhe negado como troco no estabelecimento comercial...).

Ou seja: saber calcular o troco é uma arte, e nos ajuda a defender dos possíveis abusos intentados pelos inescrupulosos caixas de lojas estabelecimentos comerciais que pretendem ganhar um troquinho extra às nossas custas. É preciso ser esperto para não ser enganado. Mas processar a loja por se enganar no troco é absurdo.

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Comentários:

Anonymous Anônimo disse:
Entrar na justiça? Cada um que me aparece e a senhorita é realmente muito informada \o/.
Bjs
 
Anonymous Anônimo disse:
OPA.. TROCO = MATEMÁTICA = ECONOMIA!!! xD.. aheuaheuhuhaeuhaeuhae

Como diz meu pai.. "Todo mundo é muita gente!!!" x).. Eu acho q eles devem achar MUITO fácil, pq não achar MUITO difícil é estranho!!! :P.. ehehehehe
E só por curiosidade.. vc começa dizendo de "1 a 10" e depois "números naturais 'pequenos' até dez acompanhados de um zero ao lado"? o.O.. 2-0 (ao lado), vai para 20, o qual é maior do que 10 (pq vc diz "até dez").. Não entendi o q vc queria dizer com isso!!! xP
Desculpa, mas hoje eu acho q acordei para implicar.. Hehehehehhe.. continuando... Eu aprendi na escola essas "operações matemáticas simples" com aplicações práticas na vida cotidiana, claro que de maneira hipotética, como “Maria tem 5 maças e te dá uma, você fica com?”.. bem prático, não?! :).. VOCÊ FICA CONTENTE, É CLARO!!! \\o//.. aehauehuaehhaehaeuh
A maneira que vc abordou sobre o pagamento de contas, é interessante, mas nem sempre é instintivamente, levando a esses exemplos, sim, é instinto, mas se ela te paga com várias moedas de 10, você irá contar e as vezes re-contar para confirmar! ;)
AGORA... quando te dão troco a mais e vc não volta para devolver, dando a desculpa do “jeitinho brasileiro”.. bom, é uma maneira sua, só não diga q é nossa!!! xD... ahahahahahahahahha.. brincadeira, mas as vezes eu fico no “jeitinho”!!! =X.. ehehehehe.. OLHA A CORRUPÇÃO!!! :P
Não entendi também como soma e subtração (troco a mais ou a menos) podemos sair do estabelecimento “vangloriando por dominarmos as QUATRO operações básicas”??? Não são duas?! :D.. eheheheheheh.. cadê a soma?! :P
A história da mulher é de querer se dar bem e acabou se dando mal.. ;D
E para terminar.. os caixas são seres humanos.. as vezes eles podem simplesmente ter errado, não?! Para que condená-los?!
Calma.. calma.. x)
Fico por aqui.. já escrevi d+++.. eeheheheh

Beijossss..
 
Blogger Gabriela Zago disse:
Hehehe...
Bom.. não achei outro modo de me referir às dezenas. Mas é que, sei lá, é o mesmo raciocínio que precisa ser empregado para fazer o cálculo de 3 + 7 ou 30 + 70.
Então.. na escola a gente aprende de maneira hipotética... Mas no cotidiano podemos aplicar de forma "prática prática". :D
Quanto ao instintivo, por isso que insisti em operações básicas (aliás, são duas mesmo... ninguém precisa saber multiplicar e dividir para calcular um troco simples) e nos números até 10, e nas dezenas - porque são mais simples :P
Então. Os caixas são seres humanos e podem errar. Foi isso que a decisão judicial, bem ou mal, acabou reconhecendo ;P ;)
 
Anonymous Anônimo disse:
isso acontece direto.
Esses dias fui pagar um sorvete era de 6 reais, eu dei uma nota de 10 e uma de 1.
A mulher quase me xingou, isso porque tinha uma placa facilite o troco.
Eu só esperava receber uma de simples nota de 5reais!
 


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