quarta-feira, 19 de julho de 2006

  Livro: Angels & Demons

Pelo menos duas das minhas metas não-oficiais de férias foram cumpridas hoje. A primeira era terminar de ler o livro “Angels & Demons” (Pocket Books, 2000) de Dan Brown. A obra segue o padrão danbrowniano de suspense medíocre envolvendo altas conspirações, grupos obscuros e empresas de renome mundial. Além disso, como em Fortaleza Digital, Ponto de Impacto e O Código Da Vinci, há uma excessiva multidivisão em desnecessários mas instigantes mais de 100 capítulos. Como sempre, cada capítulo termina no ponto crucial da historieta que narra, o que faz com que o leitor não sinta vontade de parar de ler até descobrir o que acontece depois daquilo que acabou de ser lido.
A história de “Anjos e Demônios” nasce da nada original mistura entre religião e ciência. Os locais principais onde se desenrola a trama são o CERN (Conseil Europeen pour la Recherche Nucleaire, laboratório suíço responsável por grande parte das descobertas científicas mundiais, principalmente na área da fisica) e a cidade-país do Vaticano (religião, mais especificamente catolicismo, parece ser um tema recorrente na obra do autor – ao menos está presente em dois de seus quatro grandes livros). Na parte do livro que se passa no CERN, há ate mesmo uma breve menção a Tim Berners-Lee, o criador da Web. Embora a Internet seja uma criação americana, segundo o livro, poucos sabem que foi no laboratório suíço que surgiu a invenção que possibilitou que a rede se popularizasse (sou exceção à regra porque aprendi isso na faculdade? :P).
Esta é também a primeira aventura do personagem Robert Langdon (mais tarde tornado célebre em “O Código da Vinci”, e até mesmo estrela de Hollywood na pele de Tom Hanks).
Como em todas as outras obras do autor, há uma boa dose de conspiração. Neste livro, a intriga é fornecida pelo envolvimento de uma organização secreta, os Illuminati, nas mortes obscuras (outro tema recorrente na obra do autor) que acontecem ao longo do livro. Essa irmandade teria se insurgido no passado contra a Igreja Católica (e a religião em geral), e pregava que só a ciência era o caminho para se chegar à verdade. Um de seus expoentes seria o cientista italiano Galileu Galilei.
Há coisas mais absurdas que o leitor precisa aceitar, como a queda de Langdon de um helicóptero em movimento e seu restabelecimento em pouco mais de alguns minutos (ora, a justificativa é simples: para a história poder continuar, ele tinha que estar “up and running”). Robert Langdon seria um super-herói? Se não me engano, a personagem principal de Ponto de Impacto também escapa ilesa de uma queda livre a partir de um helicóptero. Seria esta outra temática recorrente na criativíssima obra de Dan Brown?
Apesar de acontecimentos interessantes e relativamente inesperados ao longo da história, o final do livro é mais ou menos previsível. (Se bem que talvez o autor não dispunha de recursos para torná-lo mais supreendente – o livro, apesar dos 165 cardinais candidatos ao papado e dos mais de 3000 funcionários residentes no CERN, tinha poucos personagens nominados – os quais, invariavelmente, dividiam-se entre as duas únicas categorias de seres humanos anunciadas pelo título do livro: ou “anjos”, ou “demônios” -- não seria legal se a vida fosse assim, tão simples: ou se é “do mal”, ou se é “do bem” --, independente de estarem do lado da ciência ou da religião. Como ao longo do livro ficou bem claro quem era a favor do quê, poucos poderiam ser os responsáveis pelo "mal supremo" ocasionado na história :)
Uma frase de um diálogo do livro que resume bem a contradição entre ciência e religião (além de ser um belo preceito de filosofia barata) é “Science can heal, or science can kill. It depends on the soul of the man using the science” (pág. 332) dita pelo camerlengo (sim, até o Papa morre!), ironicamente o maior defensor da preponderância da religião acima de tudo (leia-se ciência) ao longo do livro.
Enfim, o livro é bom, apesar de tudo.





-- Ah! A segunda meta era cortar o cabelo. Segundo o rapaz (afinal, existem homens em salão de beleza?) lá do salão (argumento de autoridade), entrei com cara de “14, no máximo 15 anos” e saí de lá com cara de “até dá para dizer que tem 20”.
P.S.: Se até lá ninguém descobrir uma forma eficiente de fazer parar o tempo (o que eu realmente gostaria que acontecesse, detesto trocar de idade), faço 20 no mês que vem.

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Comentários:

Anonymous Anônimo disse:
Li 2 desses citados. Cod Davince e Fortaleza.
Anjos de demonios minha namorada parece que leu, mas chegamos a comum acordo que o Dan Brown é um sr do detalhe.
Alguns adimiram isso outros Odeiam.
 
Anonymous Anônimo disse:
Li 2 desses citados. Cod Davince e Fortaleza.
Anjos de demonios minha namorada parece que leu, mas chegamos a comum acordo que o Dan Brown é um sr do detalhe.
Alguns adimiram isso outros Odeiam.
 
Anonymous Anônimo disse:
Dan Brown.. o Cara que faz a pessoa que não possui a curiosidade em pesquisar, em saber se aquilo que ele diz é verdade e usa o q ele diz como uma verdade absoluta (podemos assim dizer?) e vai espalhando por aí!!! Ou seja.. um ótimo persuador (existe essa palavra?! xP)!!!
E acho que ele consegue fazer isso, pq ele é o "Sr. Detalhe" (como disse seu amigo aí de cima)!!! ;D
Enfim.. talvez um dia eu lê esse livro, ou não.. agora q já sei o q se passa!!! x).. aheuheauaeuhaeuhaueae
Sobre o seu cabelo.. hauehuaehuhaeuhae.. só pra rir!!!
Papo pra cortar o seu cabelo! =X
Mas fiquei curioso para ver como ficou.. apesar de que legal seria um antes e depois! ;).. aheuhaeuhaaueh

Beijossss..
 
Blogger Edison disse:
A classificação entre bom e mau é totalmente subjetiva. É justamente a variação por escalas entre esses polos opostos que torna a vida emocionante.
Dentro de nós existe um pouco dos dois que é exteriorizado conforme a ocasião.

A psicanálise já defende que um anjo exemplar, porém reprimido pode ser em determinados momentos pior do que muitos demônios (padres pedófilos são um exemplo).

PS: Lúcifer foi um anjo.
 


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