terça-feira, 20 de setembro de 2005

  A arte de morar sozinha

Passei muito tempo da minha vida renegando o fato de que moro sozinha. Eu negava de tudo quanto é jeito possível, até mesmo alegando que não morava 100% sozinha, visto que minha mãe aparecia a cada 15 dias, nos fins de semana (como se isso fosse fazer alguma diferença!). Desde meados deste ano, comecei a mudar de opinião. Morar sozinha é divertido. Posso fazer o que eu quiser, do jeito que quiser, e na hora que quiser! Se eu quiser acumular louça de uma semana na pia, ninguém poderá me impedir (talvez um possível mal-cheiro possa me fazer deixar de pôr esse plano em prática, mas enfim...). Se eu quiser, sei lá, dormir o dia inteiro, ninguém aparecerá para me acordar (exceto o barulho dos vizinhos do andar de baixo...). Se eu não quiser varrer a casa, ninguém vai se importar (minha mãe reclama; mas, afinal, ela só aparece a cada 15 dias mesmo!). Enfim, posso exercer meu livre arbítrio em total plenitude. Não dependo de regras, não há horário para dormir, não há telefone tocando toda hora... Eu podia ter passado o feriado em Bagé (lá a louça se lava sozinha, o almoço fica pronto automaticamente ao meio dia...), mas teria perdido a oportunidade de viver mais um maravilhoso dia de solidão.
Um dos passos mais importantes que [acho que] dei em direção à consciência da solitude [!] foi quando passei a almoçar sozinha em restaurantes. Antes, a simples idéia de me imaginar sentada sozinha numa mesa redonda com quatro lugares já me causava arrepios. Hoje, fico imaginando qual a graça de comer com alguém do seu lado. Sozinha, ao menos, ninguém se importa com a quantidade de comida ou a velocidade que você emprega para comer. Você pode decidir se vai terminar e ir embora, ou se vai ficar algum tempo mais ali, sem fazer nada. Pode decidir se come a sobremesa-brinde, ou se compra um chocolate. Pode pensar na vida, sem ser interrompido.
O outro passo crucial que dei na vida de pessoa que mora sozinha foi ir ao cinema desacompanhada. Fiz isso hoje. Feriado, terça-feira. Eu podia ter ligado para alguém (isso seria ir contra meus princípios, mas tudo bem), combinado com outras pessoas. Mas nem ao menos tentei contatar outros indivíduos. Eu queria ir sozinha. Queria poder escolher qualquer filme para ver. Queria ir bem no meio da tarde. Queria comer a pipoca doce do CineArt, com uma latinha de coca-cola. Queria ter a mesma liberdade de escolha que tenho quando estou sozinha em casa. E exerci.
Sinto-me mais leve por isso. Sinto-me mais eu.



Comentários:

Anonymous Anônimo disse:
queria escrever assim q nem vc :~ o texto ta otimo!! ta gostoso d ler... :)
agora vou ver do q vc achou do filmee.. \o/
bjos
 
Anonymous Anônimo disse:
eu adoro ir no cinema sozinho.. se bem que faz muito tempo que nao faço isso :~
euaheiieooea
beijo gabz
 


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