terça-feira, 23 de agosto de 2005

  A Pata da Gazela

Baseado no conto "A Cinderela" e na fábula do leão amoroso de La Fontaine, José de Alencar, em sua obra "A Pata da Gazela", esboça um retrato irônico e crítico da sociedade brasileira do século XIX.
A história é bastante singela: um rapaz jovem e sedutor (Horácio) encontra um pé de botina caído na calçada e a trama se desenrola na tentativa dele, e de outro rapaz (Leopoldo) que também observava a cena, de descobrir quem é a dona daquele sapato.
Os dois rapazes apresentam posições antagônicas na história: um cultiva o amor pelo conteúdo, apesar de acreditar que a jovem possui um pé aleijão (pata de elefante) que vira se recolhendo à carruagem. O outro cultiva o amor pela forma, pela parte, ao acreditar que a moça dona da botina é dona de um pé pequeno e perfeito, uma pata de gazela. O que não sabem é que na carruagem estavam duas grandes amigas, Amélia e Laura, ambas envergonhadas por causa de seus pés (uma o tinha muito pequeno, e a outra, em proporções fora do normal).
Ambos acham que a pessoa que viram é Amélia.
Leopoldo vê o pé aleijão subindo na carruagem, entra na sapataria e vê um sapato de mulher sendo feito numa fôrma com proporções descomunais. Associa uma coisa a outra, e o primeiro sentimento que tem é de nojo. Mas com o tempo aprende a amar Amélia, apesar do pé defeituoso.
Horácio, por sua vez, chega ao extremo de pedir Amélia em casamento, apenas para ter a oportunidade de ver seu pé. Mas afinal, qual dos dois estará certo? Leia o livro :P
O final é surpreendente! (apesar de a história ser bastante previsível...)

Alguns trechos interessantes da obra:

"Se o dono da botina, o sonhado pezinho, se mostrasse desde logo, não produziria o mesmo efeito; não teria o sabor do desconhecido, que é irmão do proibido."

"Que saudades tinha da sua dúvida! A dúvida, pensava ele, é ainda um raio de esperança!"

"A memória apresenta às vezes um fenômeno curioso; conserva por muito tempo oculta e sopitada uma impressão de que não temos a menor consciência. De repente, porém, uma circunstância qualquer evoca essa reminiscência apagada; e ela ressurge com vigor e fidelidade."

"Nesse momento ela desejava, se possível fosse, esconder-se dentro de si mesma."

"A ilusão é a única realidade deste mundo".

"O leão deixou que lhe cerceassem as garras; foi esmagado pela pata da gazela."

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Comentários:

Blogger Sarah Ribeiro disse:
Olá...
Nossa achei interessante a história.. apesar de semelhante às outras duas,como vc citou, não consigo imaginar o final...
bem legal mesmo...
 


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