domingo, 21 de agosto de 2005

  Festa: a diversão em tempos modernos


Música alta. Ambiente fechado. Tudo escuro. Centenas de cabeças pulando. Luzes coloridas: amarelo, azul, violeta, enfim, todas as cores do arco-íris -- menos branco, já que, como diz o professor de Foto, a mistura de todas as cores tira o clima e o efeito.
Espelhos por todos os lados, como numa vã tentativa de recordar a todos o seu papel no mundo, como uma maneira de manter todos presos à realidade, apesar da aparente ficção. Dois telões ficam passando imagens que nada têm a ver com a música que toca.
Fumaça resultante da sublimação de anidrido carbônico sólido, combinada com aquela que sai das chaminés humanas. Muita gente fumando. Impossível respirar. Garrafas vazias de cerveja a rolar no chão. Os amigos chegam para conversar, tentam falar alto, e você apenas sorri e concorda, resignado, fingindo entendê-los.
Hora da dança com coreografia. Todos pisam em seu pé no meio de um pulo coletivo que você insiste em não participar. Não entende a alegria dos outros. Ou melhor, entende: tudo isso é fruto do álcool. Mas você não bebe. E precisa ficar olhando insistentemente para os reflexos redondos do teto, que mais parecem bolhas estourando no ar, como única alternativa para lhe proporcionar momentos de alegria interna.
Em um dado momento, sente as pernas doerem. Por que você sucumbiu à ditadura da moda e decidiu ir de salto alto e bico fino para esta festa? Esse questionamento faz você repensar todas suas atitudes desde o dia em que empurrou o coleguinha do pré pelo escorregador -- a primeira memória de que você tem lembrança. Quando você está prestes a concluir que o mundo é um verdadeiro caos, algum apressadinho derrama um copo de cerveja em você. Ele até ensaia um pedido de desculpas. Você finge aceitar. Mas é só ele dar as costas que começa a xingá-lo de tudo quanto é nome. E seus "amigos" que estão na volta apenas sacodem a cabeça, usando sua tática de fingir que ouvem o que acontece no mundo a sua volta.
A festa começa a lotar. (Ou só agora você percebe o quanto está cheia.) Calor. Suor. Bafo. Começa o empurra-empurra. A toda hora e a qualquer momento sua dança é interrompida por pessoas sem noção querendo transformar em parte de seus trajetos o lugar onde você está. Você se irrita, pois estão invadindo o "seu espaço pessoal". Mas quem foi que disse que algo naquela festa lhe pertencia?
Cansado, decide ir embora, e descobre que há uma fila de pessoas na mesma situação: ninguém agüenta mais a festa. E você é igual aos demais.




Comentários:

Anonymous Anônimo disse:
normal... vc descreveu direitinho como eh uma festa! especialmente uma boate!
so achei seu texto mto critico!
bjos
 
Anonymous Anônimo disse:
pow colega...
achei que tivesse gostado na nossa festinha... :D
pelo menos pra mim estava muito boa, e ao contrario do que falou, não foi resultado do álcool, pois quase não bebi...
seu textos são muito bons!
bjão
 
Blogger Alessa Rovere disse:
Oii!
Essa é a festa que tu tava me convencendo a ir? ahuaiuhahiah
Foi uma pena que eu não pude... eu realmente gosto dessa confusão... desta maçaroca de pessoas alcoolizadas, calor, suor e fumaça de cigaro... me deixa... feliz :P
e pela descrição, a festa da América tava bombando!
Mas e as músicas? boas de dançar? (por que boas de escutar eu sei que não são... uaihhahaihuahi)
Desculpa a confusão do texto, é que eu to fazendo o trabalho de marketing..
alías... sabia que o marketing teve inicio na produção excedente das famílias, que resolviam trocar seus excedentes de milho pelos excedentes de galinha do vizinho??? :) Muuito interessante! auihahuaua

beijos!
Adoro-te, oh princesa da Sibéria!
 


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